sexta-feira, 28 de maio de 2010

Tam Suryam Pranamami Aham!



Este vídeo foi feito na cidade de Rishikesh. Um local especial que há na Índia. Uma cidade que há dezenas de séculos vem sido refúgio de pessoas que desejam travar um contato mais profundo com o Yoga. Em meu último dia pela cidade, acordei às 3:00h como sempre fazia e fui até á margem do Ganges realizar minha prática. Senti vontade de registrar este momento, para apresentar aos amigos, para que eu mesmo pudesse me recordar destes momentos tão especiais em minha vida.

O Súrya Namáskar é uma seqüência de ásanas cujos movimentos são reverentes, hora tocamos o solo com a testa, hora nos curvamos. Seus movimentos evocam também o momento do nascer e pôr do sol.

Era inverno, faziam cerca de 2 graus, mas eu não sentia qualquer frio durante minha prática que culminava com um banho no rio Ganges.

Neste momento, quando os primeiros raios de sol vão surgindo, muitas pessoas se dirigem até o ganges afim de prestar-lhe suas homenagens, como também ao sol, vocalizando o Gayatri Mantra ou executando uma prática ligada à sua tradição.

Abaixo estão os ásanas que integram o Súrya Namaskara. Através do vídeo acima você pode observar os movimentos e praticar em casa.

Os movimentos ascendentes são acompanhados de inspiração, os descendentes de exalação. Nas demais posições a respiração pode ser livre.




Prof. Fabio Goulart

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O movimento Todo dia é dia de Yoga



O movimento Todo dia é dia de Yoga, como todo bom fruto, teve o seu momento certo. No dia 22 de fevereiro de 2009, na semana quando comemorávamos o *dia do Yoga.

Decidi dar a aula ao ar livre, pegamos os tapetinhos e partimos para os jardins do Museu Imperial. Fomos imensamente bem recebidos e nos ofereceram um local especial, sob a sombra. A aula foi excelente e ao final a professora Soraia Kreisher se comprometeu e manter a aula, ao menos uma vez ao mês. Sugeri que houvesse então um revezamento entre os ministrantes. A ideia ficou por um tempo no plano das idéias.

Quando percebi que não era brincadeira, sugeri que déssemos ao trabalho a roupagem (e a alma) de um movimento, uma ferramenta para levar o Yoga ao maior número de pessoas possível. Permitindo que estas pessoas pudessem descobrir e maravilhar-se com a nossa filosofia. Como movimento alguns sistemas que o alimentasse precisavam ser implantados de forma que houvesse um aprimoramento contínuo dos professores e o fornecimento de atividades à comunidade.

Outros professores abraçaram nossa iniciativa, nos deram as mãos, possibilitando um trabalho ainda mais sólido.

Dirijo o movimento, juntamente com o apoio da Profª Soraia Kreisher, que muito competente foi a primeira pessoa que pensei em assumir o barco.

Trabalhamos em nome da cultura. Representamos uma filosofia e nos esforçamos para preservá-la. Nossa iniciativa foi abraçada por pessoas que apoiam a cultura e querem o melhor pela nossa cidade e pelo mundo. O Yoga forma aquele indivíduo que, mais interventivo, faz a diferença.

Hoje contamos com um programa voltado para os professores e três programas voltados para os praticantes.

O programa dedicado aos professores chama-se "Tantra Samkhya Yoga Upadesha". Para os praticantes oferecemos o "Cânticos Sagrados da Índia", "Café Filosófico" e as aulas regulares no Museu Imperial.

Outras atividades irão surgir graças à maneira como fomos bem recebidos, nos sentimos motivados a trabalhar mais por todos.


* Há duas datas para se comemorar o dia do Yoga (18/fev, 22/set), celebramos as duas e quantas mais surgirem... Apoiamos todo trabalho, ramo, ou linha relacionado a esta única maravilosa filosofia: O Yoga.

Massala Chai!




Adentramos à época mais fria do ano, por volta das 17 horas já está escuro e bem frio. Uma bebida quente cai bem nas noites mais frias. Eu sempre preparo chai, independente de ser inverno ou verão. Experimente e irá entender o porquê, esta bebida é muito saborosa!
Para quem me pediu a receita de chai e disse que não encontrou no blog sobre gastronomia, aqui está, o blog de Yoga perfumado com chai!

Massala Chai

1 xic de gengibre ralado
2 paus de canela com cerca de 7 cm
4 vagens de cardamomo
1 litro de leite (preparado com leite em pó)
Açúcar à gosto

Opcional: Lal mirchi, uma pimentinha vermelha que pode ser bem substituída pela chilli em pó ou calabresa em flocos. (à gosto do freguês).

4 sachês de chá preto

Preparo:

Triture as especiarias, exceto a canela.
Caramelize o açúcar até que fique dourado (cuidado para não queimar!!!!), lance as especiarias ao açúcar e mexa. Lance então o leite e deixe que o caramelo agora derreta.
Cuidado para o leite não derramar, mantenha o fogo brando por 1 minuto.
Desligue o fogo adicione os sachês, após dois minutos coe e sirva!!!


Obs.: Se você for vegano pode utilizar o seu leite de soja original predileto como substituto. Vai deturpar minha receita de chai... mas tudo bem.

Obrigado!

Quero agradecer à Silvia e Andréa do Spaço Zen por sua visita e pela gentileza do convite, podem contar com nosso apoio.

Agradeço também em nome de toda a equipe do movimento Todo dia é dia de Yoga, pela simpatia por nosso trabalho.

E também em nome da equipe do Todo dia é dia de Yoga, agradeço pela visita dos representantes da Self Realization Fellowship e aproveito para dizer que tenho um carinho e respeito especial pelo trabalho que a Self realiza e, mais do que isso, sou muito grato pois através do seu trabalho descortinei um novo aspecto do Yoga quando eu tinha cerca de 12 anos de idade, uma descoberta importante em minha vida.

Prof.Fabio Goulart

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Intestinos limpos!

Neste sábado que se passou, dia 15/05/2010, os professores Patricia Stanisz, Julio Freitas, Claudia Miranda, Simone Corrêa e Raquel Gomes Pereira, participaram da prática do Shanka Prakshalana complementando o seu curso de Kríyas.

O Shanka Prakshalana é um processo de limpeza de todo trato digestório com água. O praticante em jejum, bebe água no Ph fisiológico e a conduz até seus intestinos através de uma sequência de ásanas e contrações abdominais, esvaziando seus intestinos até que saia apenas água limpa.

O Yoga entende que há uma relação entre intestinos e o psiquismo, as toxinas nos intestinos interferem nos processos mentais e eamocionais, portanto mantê-los limpos é um passo muito importante.

Após o sucesso da prática nos sentimos mais leves, os olhos brilham mais, a mente se encontra mais serena e apta à meditação, até mesmo a prática de ásanas funciona melhor.

Nossa vivência ocorreu em um local lindo, repleto de muito verde, piscina de água natural com uma cor linda, arquitetura dialogando com a natureza. Foi um dia delicioso!


Momento de repouso, após a prática. Nada mais saboroso que nosso arroz branco papa.


Vá água, entre no duodeno!!!!



Mais uma dose!



Conduzindo a água através dos intestinos... neste ponto é possível se ouvir e sentir a água penetrando cada porção dos intestinos.



Simone hiper feliz com seu sexto copo d'água salgada!

Cultive uma horta!



Tenho gostado tanto de cultivar especiarias, ervas aromáticas e até vegetais que decidi compartilhar isso com meus alunos e amigos.

Amanhã irei preparar um pequeno jardim só com ervas que uso para cozinhar. Inspirado pelo presente que recebi de uma aluna: um pé de pimenta rosa!

Agora não tem mais jeito, acabei conseguindo mudas de pimenta dedo-de-moça, manjericão roxo, sálvia, coentro, salsa, alecrim e a estrela da festa: um pézinho de currie (karipatta).

Tenho um pezinho de cardamomo, consegui fazê-lo vingar e estou cheio de cuidados com ele agora no inverno.

Gosto de colocar a mão na terra, é um processo que nos sugere simplicidade e rompe um pouco com esta relação estranha que temos com vitrines e prateleiras de supermercados.

Consiga alguns vasinhos e cultive o seu jardim. Se mora em apartamento também poderá fazê-lo, algumas destas ervas vivem bem com a luz indireta do sol. Se em seu apartamento bate sol em algum lugar, vai ser lá para onde irá levar seus vasinhos todos os dias por alguns minutos.

Recomendo as ervas: manjericão, alecrim, sálvia, tomilho, hortelã pimenta, pimenta malagueta, etc.


No caso do plantio em lugares pequenos, a maior preocupação é em relação à irrigação. Porém, não há um período determinado entre as regas. No verão, recomenda-se que sejam diárias. Já no inverno, as plantas devem ser regadas no máximo três vezes por semana. Uma forma bastante eficaz de saber se a erva está precisando de água é "medir" a umidade colocando-se o dedo na terra. Se os três primeiros centímetros estiveram secos, é hora de irrigar.

Para evitar o apodrecimento das raízes, a drenagem requer alguns cuidados. O vaso para o cultivo de ervas deve ter um furo no fundo para que, sobre ele, seja colocado um caco de telha. Depois, deve-se pôr pedregulhos, uma fina camada de areia e, por fim, a terra. Para cada três partes de terra, deve ser misturada uma parte de areia e outra de composto orgânico, como húmus de minhoca. A muda deve ser ajeitada de maneira que fique bem no centro do vaso e dois dedos abaixo da borda. A terra deve ser adubada a cada 45 dias em vasos e de dois em dois meses em canteiros.

Bom plantio e boa colheita para você!

Upadesha



O programa "Upadesha" visa favorecer a otimização do trabalho do professor de Yoga, atendendo às suas necessidades. Este programa é uma das atividades propostas pelo movimento Todo dia é dia de Yoga, desta vez preocupando-se com o professor.

Este espaço será utilizado como uma das ferramentas deste programa, rendendo informações tanto aos professores quanto aos alunos.

Om namah Shivaya!

www.tododiayoga.blogspot.com

A vida dos Saddhus



Passei dois meses, por várias cidades da Índia, observando as atividades diárias dos saddhus, homens e mulheres que largaram tudo para trás para se dedicar unicamente à sua filosofia. Um estilo de vida tão contrastante com o de quem vive nas metrópoles, impactatos pelo capitalismo... Os saddhus possuem apenas suas poucas mudas de roupa e uma tigela que usam para pedir alimentos, errantes seguem um caminho ímpar. Minha pesquisa foi sobre as tradições tántrikas e ter travado contato com estes personagens foi algo profundo, despertando muitas questões dentro de mim. Questões que me deixam um pouco inquieto, exigem uma reformulação do estilo de vida, maneira de pensar e como é bom ter um contínuo convite à mudança de estilo de vida e paradigmas.

Muitas vezes fui até os saddhus conversar com eles, participar de suas práticas, receber suas bênçãos, mas muitas vezes me retirei, fitando de longe suas atividades, das mais simples às mais contundentes.

Um dia, por volta das 3 da manhã, eu perambulava pelas ruas de Rishikesh, o silêncio era delineado pelo som constante das águas do Ganges e pontuado por sinos tocados em templos distantes. Continuei caminhando, até que comecei a ouvir um cântico, com sabor antigo, vozes firmes e tocantes o entoava. Desci pelos ghats,escadaria que leva ao Ganges e avistei um grupo de saddhus cantando. Fiquei muito emocionado com o coração batendo muito forte. Reverenciavam Shiva em seu aspecto de Vishwanatha.

Me sentei no ghat e fiquei observando e cantando bem baixo, participando de longe, com reverência. Assim que encerraram,um deles veio até onde eu me encontrava e me sorriu, ficamos conversando durante muito tempo, contei que aprendia muito com eles.

Passei então 4 dias com este grupo de Saddhus às margens do Ganges. Lembro de um lindo desejo de uma amiga, que gostaria de passar uma noite em um barco de um pescador, observando a lida. Tomado pelo mesmo espírito decidi permanecer com eles e dormir ali mesmo, ao relento e descobri então uma vida oculta durante a madrugada às margens do Ganges. Seus ritos, seus cânticos, práticas e simplicidade me renderam uma experiência sem par, algo muito importante para mim.


Nasmastejí!

Naked In Ashes

Para quem deseja conhecer melhor a vida dos Saddhus, há um excelente documentário chamado Naked in Ashes e que hoje está disponível na internet. Assista e depois me conte o que você achou:



Fabio Goulart